Monitoração Eletrocardiográfica na UTI

O que é?

É o registro do eletrocardiograma que representa a atividade elétrica do coração.

A monitoração cardíaca é usada em vários ambientes. Geralmente é utilizada na UTI, em salas de cirurgia, recuperação pós-anestésica, pronto socorro ou em outras unidades onde é necessário monitorar continuamente o ritmo e a frequência cardíaca de um paciente ou até mesmo avaliar os efeitos de uma terapia.

A monitoração eletrocardiográfica na terapia intensiva é feita rotineiramente através de um monitor  multiparamétrico, onde os eletrodos são fixados na pele  e detectam a eletricidade gerada no coração, transformando esta eletricidade em ondas com registro em tela.

Pode ser feita através de um sistema de 3 ou 5 cabos, onde cada eletrodo fixado capta a atividade elétrica do coração, e todos combinados auxiliam na leitura adequada da morfologia da onda eletro- cardiográfica.

Figura 1. 3 Cabos-Posicionamento dos Eletrodos.

Figura 2. 5 Cabos-Posicionamento dos Eletrodos.

Na prática clínica , o sistema de posicionamento mais utilizado para a monitoração cardíaca contínua é o cinco eletrodos, que permitirá o registro de 6 derivações( DI, DII, DIII, AVR, AVL, AVF)  de membros e uma  derivação precordial (V1-mais comum, V2, V3, V4, V5 ou V6). O posicionamento de eletrodos para esta monitorização é mostrado na figura 2.

Os eletrodos devem ser dispostos seguindo o padrão:

RA – 2° espaço intercostal direito (braço direito) – right arm

LA – 2° espaço intercostal esquerdo (braço esquerdo) – left arm

RL – região torácica inferior direita – right leg

LL – torácica inferior esquerda – left leg

C/V – 4o espaço esternal direito – Chest

Nenhuma derivação de monitoração isolada é ideal para todos os pacientes. O enfermeiro possui conhecimento técnico-científico para selecionar a derivação adequada, de acordo com as necessidades do paciente proporcionando uma assistência de enfermagem qualificada e individualizada. No quadro abaixo estão as seleções de derivações sugeridas.

DERIVAÇÃOJustificativa
D IIProduz ondas P positivas visíveis e complexos QRS para determinar o ritmo subjacente.
V1Valioso para determinar bloqueio de ramo direito.
V6Valioso para determinar bloqueio de ramo esquerdo.
DIII, AVF, V1Produz ondas P visíveis, útil na detecção de arritmias atriais.
DIÚtil no paciente com angústia respiratória.
DII,DIII,AVFValioso na detecção de isquemia, lesão e infarto de parede inferior.
DI,AVL,V5,V6Valioso na detecção de isquemia, lesão e infarto de parede lateral.
V1 a V4Valioso na detecção de isquemia, lesão e infarto de parede anterior.

Cuidados de Enfermagem na Monitoração Eletrocardiográfica

  • Realizar a lavagem das mãos;
  • Orientar o paciente quanto ao procedimento;
  • Selecionar o local correto evitando protuberâncias ósseas;
  • Realizar tricotomia nos locais onde os eletrodos serão fixados;
  • Limpar a pele com gaze e álcool para remover a oleosidade e os resíduos permitindo que a mesma seque por completo antes de aplicar os eletrodos;
  • Remover o papel adesivo do eletrodo e aplicar firmemente cada eletrodo na pele e prender cada eletrodo com o seu cabo de eletrocardiograma correspondente;
  • Trocar os eletrodos diariamente e observar se há sinais de irritação da pele;
  • Selecionar a derivação adequada;
  • Observar o traçado eletrocardiográfico quanto as possíveis alterações;
  • Realizar a lavagem das mãos.

Referências

Enfermagem em terapia intensiva [recurso eletrônico] : práticas e vivências / Renata Andréa Pietro Pereira Viana, Iveth Yamaguchi Whitaker [et al.]. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2011.
Manual prático de terapia intensiva UTI / Organização Carlos Augusto Dias [ et al] – São Paulo : Martinari, 2017.

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