O que você precisa saber para prestar uma assistência de enfermagem segura à um paciente com cateter venoso central?
O acesso venoso central (CVC) é uma forma de se garantir infusão de medicamentos e cristaloides e de monitorização de parâmetros hemodinâmicos, bem como uma via para coleta de amostras para exames laboratoriais (Figura 1).
No ambiente da terapia intensiva, destacam-se os cateteres não tunelizados, de curta permanência e de inserção percutânea na veia subclávia, jugular ou femoral, os quais têm sua implantação feita em pacientes por profissional médico (Figura 2).
- Veia jugular interna
- Subclávia
- Femoral
Geralmente utilizados por períodos que variam entre 7 e 14 dias, os cateteres são feitos de poliuretano ou teflon, com lúmen único, duplo, triplo, quádruplo e até quíntuplo (Figura 3).
Indicações
- Utilização de medicações com risco de lesão se utilizadas em veia periférica, como drogas vasoativas, drogas vesicantes e irritantes;
- Necessidade de monitorização da pressão venosa central;
- Necessidade de monitorização da saturação venosa central;
- Rede venosa incapaz de prover as necessidades de infusão;
- Coleta de exames laboratoriais;
- Administração de nutrição parenteral;
- Cirurgias de grande porte.
Os CVC são instalados sob a técnica de Seldinger, na qual logo após a punção segue-se a passagem de um fio-guia metálico de forma delicada e progressiva, sendo removida a agulha de punção e mantido esse fio-guia posicionado dentro da veia, com posterior dilatação da pele e subcutâneo para, finalmente,realizar a efetiva introdução do cateter, que previamente deve ser escolhido a partir da necessidade de monitorização e complexidade terapêutica do paciente (Figura 4).
Uma das responsabilidades do enfermeiro é o adequado preparo do material:
- Gorro cirúrgico;
- Óculos de proteção;
- Máscaras cirúrgicas;
- Aventais estéreis;
- Luvas cirúrgicas;
- Clorexidine degermante 2%;
- Clorexidine alcoólica 0,5%;
- Seringa de 10 ml;
- Ampolas de solução fisiológica 0,9%;
- Anestésico local (Xilocaína sem vaso);
- Gazes;
- Agulha 40×12;
- Agulha 25X7;
- Caixa de pequena cirurgia;
- Kit de cateter central;
- SF0,9 % 500 ml com equipo;
- Fio de sutural mononylon 2,0;
- Material para curativo padronizado na instituição.
O enfermeiro auxilia o médico durante todo o procedimento e mantém o paciente monitorizado, garantindo que o protocolo de punção seja rigorosamente seguido para não comprometer a integridade física e a segurança do paciente.
Cuidados de Enfermagem
- Após a punção, o enfermeiro deve assumir o cuidado e realizar o primeiro curativo do acesso venoso;
- Providenciar uma imagem radiológica do tórax antes da infusão de soluções vesicantes ou irritantes, para visualização da posição correta da ponta do cateter na junção da cava superior com o átrio direito;
- Conduzir sua equipe na tomada de uma série de medidas e cuidados que previnam a infecção relacionada ao cateter, oclusão intralúmen ou deslocamento do cateter da íntima do vaso para o tecido subcutâneo;
- Avaliar diariamente o sítio de punção, investigando sinais de infecção, qualidade e integridade da sua fixação;
- Priorizar o uso de curativo transparente que cubra a área de inserção do cateter, com aplicação prévia de clorexidina alcoólica 0,5 e periodicidade de troca a cada 5 ou 7 dias na ausência de sangue, umidade ou sujidade;
- Manter curativo de gaze estéril e fita em pacientes diaforéticos ou que apresentem alguma exsudação;
- Conservar todas as conexões fechadas;
- Trocar todos os equipos, extensões e three-ways a cada 72 horas ou após infusão de sangue, hemocomponentes ou soluções lipídicas, respeitando-se a rotina preconizada por cada serviço;
- Higienizar as mãos e fazer a desinfecção dos conectores com pelo menos três movimentos rotacionais de fricção antes de conectar seringas, equipos ou tampinhas.
Complicações
- Pneumotórax;
- Hemotórax;
- Infecção local;
- Tromboflebite;
- Endocardite;
- Ruptura;
- Sepse.
Referências
Manual prático de terapia intensiva UTI/ Organização Carlos Augusto Dias, et al – São Paulo: Martinari, 2017.
Enfermagem em terapia intensiva [recurso eletrônico]: práticas e vivências / Renata Andréa Pietro Pereira Viana, Iveth Yamaguchi Whitaker [et al.]. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2011.
Morton G. Patrícia, Cuidados Críticos de enfermagem Uma Abordagem Holística 9ª edição Guanabara Koogan, 2013.